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A greve de motoristas, cobradores e fiscais de ônibus continua em São Luís. Aconteceu há pouco, uma reunião entre o sindicato dos rodoviários e representantes do Sindicato das Empresas de Transporte (SET), mediada por Mário Macieira, presidente da OAB, na tentativa de um acordo, que acabou no fracasso.

Com o enfraquecimento súbito do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que mesmo aplicando multa diária aos dois sindicatos [R$ 40 e R$ 50 mil] não conseguiu resolver o problema, outras instituições começam a se mobilizar. É escancarada a desmoralização do Judiciário. Sindicalistas chegam a debochar da autoridade de uma decisão do TRT obrigando os trabalhadores a voltarem para as ruas.

A situação é histórica e envolve manobra política. Estamos em período eleitoral. A organização das linhas de ônibus começou na década de 70, quando os primeiros coletivos foram disponibilizados à população, tendo como contrapartida a cobrança de tarifas. A meia passagem foi obtida por meio de uma manifestação popular em São Luís, liderada por estudantes, no Governo João Castelo, em 1979, no fim do período da Ditadura Militar. 

De lá para cá, no entanto, São Luís nunca ficou sem qualquer serviço de transporte público à população. Amanhã (sexta-feira), completaremos 5 dias ininterruptos de greve dos rodoviários, com 100% da frota parada.

O comércio no Centro – polo econômico da cidade – já sofreu queda de 30% no faturamento. Inúmeros estabelecimentos comerciais estão de portas fechadas ou funcionando em horário reduzido, por conta da ausência de funcionários, sem alternativa por causa do abuso provocado por proprietários de vans, ônibus particulares e táxi-lotação. Uma van chega a cobrar a tarifa de R$ 5,00 (R$ 2,90) a mais do que a tarifa de ônibus regular.

Empresas de grande porta também estão tendo que tirar do próprio bolso para manter a frequência de seus funcionários. Estamos no fim do mês, muitos já não possuem dinheiro para arcar com os custos de mobilidade no atual cenário. O supermercado Mateus, por exemplo, fretou vários ônibus para fazer linhas a diversos bairros onde moram seus funcionários. E o problema não para por aí.

Escolas municipais e estaduais da zona rural da capital estão quase todas de portas fechadas. Professores, diretores e funcionários do setor administrativo não tem como se locomover aos locais de trabalho. Os transtornos são inúmeros.

A greve, portanto, continua e deixa ainda mais angustiada a população. Tudo por manobra política, tudo pelo fato de este ano ser eleitoral. Não há duvidas quanto a isso. 


Bandido havia montajdo escritório no Jardim América

Por Saulo Maclean

 A Polícia Civil do Maranhão está à procura de um estelionatário que se passava por advogado, em São Luís, e que desde o último dia 7 deste mês deixou para trás mais de 100 clientes, vítimas do seu golpe. O falso jurista, de aproximadamente 55 anos de idade, apesar de ainda não ter sido identificado, usava o nome de um verdadeiro advogado do estado do Rio de Janeiro, Júlio Cesar Santana (OAB-RJ/123759), que já foi alertado pela polícia maranhense sobre o crime.

O caso é acompanhado pelo delegado Ednaldo Santos, titular da Delegacia Especial da Cidade Operária (Decop) que, por enquanto, tem apenas uma foto do suspeito, feita por uma das vítimas, por meio de uma câmera de aparelho celular. Segundo apurou a polícia, até o momento, o falso advogado instalou-se na capital no mês de maio. Desde então, o estelionatário já teria defendido diversas causas, inclusive no Tribunal de Justiça do estado.

“Ele alugou um ponto comercial na Avenida 04 do bairro Jardim América para montar seu escritório. O local fica exatamente na quadra 36, nº. 56, onde ele, inclusive, contratou e enganou quatro pessoas para trabalharem como seus funcionários. Não sabemos de onde ele veio, nem para onde foi. Estamos divulgando a única coisa que temos de concreto dele, que é a foto, e muitas vítimas já estão procurando a nossa delegacia”, disse o titular da Decop.

Golpe – O falso advogado, conforme a polícia, usava um registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com a numeração RJ-12359. Na seqüência, o golpista retirou apenas um número, e conservou os demais dados do verdadeiro jurista (Júlio César). Com um grande poder de convencimento, o golpista chegou a assumir causas que lhe renderam honorários de R$ 20 mil, R$ 30 mil, e aguardava um de aproximadamente R$ 60 mil, valor que receberia no próximo mês, por uma causa no município de São bento.

O caso a ser defendido seria o que envolve o atual prefeito da cidade, Luis Gonzaga Barros que, em 2003 foi acusado encomendar a morte do chefe da Colônia de Pescadores da Comarca. Os detalhes foram repassados por três secretárias, contratadas pelo golpista, e por um estudante do Curso de Direito que, sem desconfiar do acusado, trabalhava como estagiário para estelionatário. Enquanto esteve na capital, o criminoso alugou uma quitinete na esquina da Rua 03, próxima ao falso escritório.

“Ele fugiu com vários livros da faculdade onde estudo, e com meu notebook”, denunciou o universitário Hermeson Ferreira, de 25 anos. “Um dia depois que ele sumiu, a mulher dele me ligou, dizendo que o escritório havia sido arrombado. Como era eu quem ficava com as chaves, resolvi ver o que estava acontecendo, e ao chegar lá, algumas pessoas afirmaram que ela mesma havia estado no escritório, e retirado algumas coisas em um táxi”, relatou a secretária Iranilde de Abreu, de 23 anos, que também foi enganada.

Antes de fugir, o falso advogado ainda teve tempo de enganar mais uma de suas clientes. A vítima foi Ledionora Cardoso, de 45 anos, moradora do bairro Janaína. De acordo com a polícia (e com os funcionários enganados), o estelionatário recebeu R$ 20 mil de uma causa que favoreceu a cliente, mas não entregou o dinheiro a ela. “Ele levou a vítima até uma agência bancária do Bradesco, para que a mesma tivesse a certeza de que ele estava lhe passando o dinheiro conquistado no processo”, adiantou o delegado.

“No entanto, ao colocar o envelope no caixa eletrônico, ele o postou vazio. Em seguida, guardou toda a quantia no bolso, e entregou a vítima o comprovante de depósito. É claro que trata-se de uma ação não muito difícil de ser percebida como um golpe, porém, a vítima já estava envolvida com a conquista do benefício, e não se atentou para os valores do extrato. Desde então, ninguém mais teve noticiais do falso advogado”, completou Ednaldo Santos.